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sábado, 19 de julho de 2008

LIVROS - EMPRESAS FEITAS PARA VENCER

Empresas Feitas para Vencer: Por que apenas algumas empresas brilham – Jim Collins
Elsevier Editora Ltda – 2001

Partindo da afirmação de que o bom é inimigo do ótimo, o autor buscou os caminhos que transformassem uma empresa boa em excelente, se isso era possível ou se uma empresa já nasce com essa característica e, portanto, é impossível haver tal transformação.

O autor comparou empresas boas e excelentes, dentro de um período de quinze anos, cujas ações estiveram acima ou abaixo da média, e dentro da classificação que obteve montou uma caixa preta que acaba abrindo no decorrer do livro, revelando algumas características comuns a todas empresas excelentes, dentre elas a existência do líder nível 5, a importância das pessoas, enfrentamento da realidade sem perder a esperança, o conceito do porco espinho, a disciplina, aceleradores tecnológicos e o volante e o círculo da destruição.

O líder nível 5, presente em toda fase de ruptura de boa para excelente, é uma pessoa humilde, modesta, trabalhadora, que interessa-se pelo crescimento da empresa e que divide seu sucesso e assume pessoalmente os fracassos. Geralmente não aparecem na grande mídia, são originários de dentro da própria empresa e atribuem à sorte as consequencias de seu sua competência.

Mas além dele é preciso também haver as pessoas certas dentro da equipe, não necessariamente devido ao seu grau de conhecimento e sim devido aos seus traços interiores, como caráter e talentos inatos. Elas são importantes tanto para que a empresa não desmorone quando o líder for embora quanto para a escolha de um novo líder que continue com o crescimento da empresa. Além disso, as pessoas certas se automotivam para fazerem as coisas, não é preciso gastar tempo e dinheiro para as motivarem.

Essa equipe deve encarar a realidade, sem criar fantasias em relação à ela, mas mantendo sempre a fé. Essa equipe deve ter opiniões diferentes que promovam o debate, mas que no fim as decisões por ela tomada caminhem a empresa em direção à verdade, através do diálogo, da autópsia da questão, questionamento e montagem de equipamentos de alerta sobre informações que não podem ser ignoradas.

Esse conjunto de fatores ajuda a caminhar a empresa para a excelência, e não devemos esquecer que, mesmo atingido tal patamar, elas continuam a enfrentar os mesmo problemas que qualquer empresa. A questão que as torna diferentes é o modo como elas encaram os problemas, seguindo o paradoxo de Stockdale: mantenha a mais absoluta fé em que voce pode e vai sair vencendor no final, independentemente das dificuldades e ao mesmo tempo encare e enfrente a dura realidade de sua situação, seja ela qual for.

O conceito do porco-espinho traduz um entendimento simples a respeito de três círculos que envolvem: aquilo que a empresa faz de melhor, aquilo que movimenta seu motor econômico e sua paixão por fazer isso. A intersecção desses círculos é que envolve o conceito do porco-espinho, um equilíbrio entre eles em que não de seve priorizar um em deprimento do outro.

De todos os itens citados, para que seja obtido resultado duradouro e substancial é preciso que haja disciplina, tanto da equipe quanto do líder. Isso implica em automotivação, que não é preciso gastar tempo e dinheiro motivando as pessoas, elas fazem isso por si só.

Mas uma das coisas que mais impressionou o autor foi que a tecnologia não foi considerada uma das coisas mais importantes para a transformação das empresas de boas para excelentes. Elas apenas serviram como aceleradores tecnológicos, ou seja, atuaram para melhorar um processo que já vinha sendo melhorado.

Somado a tudo isso, as empresas excelentes procuram sempre seguir o volante, ou seja, sempre revisarem para não tropeçarem no meio do caminho e voltarem ao estágio inicial. Ao contrário de algumas empresas, que, baseando-se nos mesmos princípios, mas não seguindo-os corretamente, o volante pode se transformar num circuito da destruição, em outras palavras, a empresa começa a buscar outras áreas para atuar, de forma irracional, ou a aplicar políticas para melhorar o desempenho que apenas prejudicam seu potencial, entrando numa queda vertiginosa.

Apesar de serem conceitos algumas vezes simples, algumas vezes contra o senso comum, nenhuma transformação ocorreu do nada. As empresas que passaram de boa para excelente viveram o processo e o resultado nada mais foi que algo natural que iria ser atingido.

Ao contrário do seu outro livro, Feitas para Vencer, neste livro Jim Collins tentou ser mais generalista, demonstrando situações exatamente que foram contra o senso comum e a importâncias de se ter as pessoas certas dentro da empresa. A própria apresentação do livro, com gráficos e tabelas, acaba transmitindo um certo grau de confiabilidade aos seus estudos, mas deve-se levar em conta também em quais culturas ele se baseiou, e se realmente o estudo é atemporal, pois o livro, de 2001, é anterior às ameaças terroristas e aos novos problemas do século XXI.

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