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domingo, 30 de dezembro de 2007

AVENIDA PAULISTA - Casa das Rosas


A Casa das Rosas foi projetada no final da década de 20 pelo arquiteto Ramos de Azevedo para ser a residência de sua filha Lúcia, recém casada com o engenheiro Ernesto Dias de Castro. Azevedo faleceu antes do término da construção, que ocorreu em 1935.

Durante 51 anos foi ocupada por Lúcia Ramos de Azevedo e Ernesto Dias de Castro e, mais tarde, por Ernesto Dias de Castro Filho e sua esposa, Anna Rosa (será por causa dela que a estação Ana Rosa tem esse nome?).

A casa foi construída numa área de 5.500 metros quadrados, com 30 cômodos (30!!) no estilo arquitetônico francês, além de um enorme vitral colorido, que decora o hall de entrada. Seus pavimentos se dividem em térreo, mansarda, primeiro andar e porão. A atração do espaço é o jardim, inspirado no Palácio de Versalhes, que abriga o famoso roseiral, origem do nome da casa.

Foi habitada até 1986, quando foi desapropriada pelo governo do Estado quando o CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) tombou o local (22/10/1985). De 1986 à 1991 a casa ficou fechada para restauração, sendo reaberta em 11 de março de 1991 como Casa das Rosas – Galeria Estadual de Arte.

A casa foi fechada novamente em março de 2003 para reformas e reaberta em dezembro de 2004 para nova vocação: ser o primeiro espaço público do país destinado à poesia, nomeado de Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, abrigando o acervo de cerca de 30 mil volumes da biblioteca do poeta, tradutor e ensaísta Haroldo de Campos (1929-2003).

A proposta deste espaço é traduzir e codificar uma linguagem que possibilite o salto para uma nova civilização. Não é uma metalinguagem. É uma nova linguagem, sem nenhum compromisso ou liame com o passado. É um salto quântico, uma ruptura que não deixa pontes. É um momento desconfortável e, ao mesmo tempo, fascinante. Neste último milênio, assistimos a três mudanças básicas de civilização: da oralidade ou memória circunscrita para a civilização da escrita ou memória extensível e, finalmente, para a civilização eletrônica ou de memória incomensurada. A Casa das Rosas está “plugada” com o mundo e criando o ideal da arte sem fronteiras.

Todas as exposições acontecem tanto em suas dependências físicas quanto nas WEBPAGES da Casa das Rosas. Escritores, poetas, artistas plásticos, fotógrafos são convidados a trabalharem em hipertextos e hiperimagens e terem seus trabalhos hospedados em nosso site.
O acervo digital da Casa das Rosas: Rosas Net Art.


Fotos: http://aenobe.fotopages.com

Livros – Memórias de minhas putas tristes


O livro de Gabriel García Márquez, Memórias de minhas putas tristes, é narrado por um senhor que quer como presente de seu aniversário de noventa anos uma louca noite amorosa com uma adolescente virgem.

Não se trata da Lolita que seduz o velho senhor, ou mesmo o contrário. Na primeira vez que vi o título do livro, recordei-me que puta tem o sentido de criança no português de Portugal, e por alguma razão fiquei com isso na cabeça: o título não tem nada a ver com a história, o título não tem nada a ver com a história...

Mas é claro que têm. Primeiro, Márquez é colombiano, não português. Segundo, a ninfeta da história é realmente uma prostituta. Mas o que ainda fiquei em dúvida ao ler este livro: teria ela algum sentimento por aquele senhor?

Analisando os fatos, o modo como as coisas foram arranjadas para suprir o seu desejo de velho aniversariante, os favores, os presentes e as palavras de agradecimento ou contentamento que foram transmitidas por terceiros... tudo isso me fez duvidar se havia mesmo algum sentimento por parte dela... e também por parte dele.

O relacionamento entre as pessoas é baseado na convivência, na conversa, na intimidade. Como pode um relacionamento nascer entre duas pessoas que apenas se vêem adormecidas? Palavras começam a surgir na cabeça de cada um: ela deve ter feito isso por causa daquilo, ela está feliz porque fiz isso, ela está brava porque eu fiz aquilo.

Se não há interação, haverá relacionamento? É preciso que haja uma “troca”: palavras, olhares, sorrisos, ações.

Talvez eu tenha lido rápido demais durante a viagem entre BH e São Paulo, ainda mais durante a noite. Mas que fiquei com essa sensação de que havia coisas demais na cabeça do ancião, ah, isso havia...

Toca do Tatu Episódio 1 - Apresentação


Depois do saída do Pensionato, inicia-se uma nova saga...


REPÚBLICA TOCA DO TATU


Nada mais será como antes...


República: sf. 1. Forma de governo em que um ou vários indivíduos eleitos pelo povo exercem o poder supremo por tempo determinado. 2. O país assim governado. 3. Casa onde vivem estudantes em comum.



Toca: sf. 1. Buraco na terra, na pedra, etc., onde se abrigam vários animais. 2. Abrigo, refúgio. 3. Casinha pobre.



Tatu: sm. Mamífero desdentado, com carapaça[1].

República Toca do Tatu: casinha pobre onde vivem estudantes (desdentados, mas com carapaça) e onde até tatu já apareceu.

Formada em dezembro de 2000, a Toca do Tatu tinha como primeira formação Ceará (UNICAMP, engenharia elétrica noturno), Cueca (PUC, administração noturno), Dan (UNICAMP, geografia noturno), Fifo (UNICAMP, engenharia elétrica diurno), Nando (UNICAMP, engenharia elétrica diurno), Ricardo (UNICAMP, química diurno) e Tata (UNICAMP, engenharia elétrica diurno), todos oriundos do pensionato do Marcelo (que acreditava que andar cinco minutos de carro era o equivalente a andar cinco minutos a pé...). Na segunda formação sai Cueca, entra Diogoli (UNICAMP, engenharia elétrica diurno), seguido pela saída de Nando e, meses depois, de Ceará, e entrada de Sertão (UNICAMP, engenharia elétrica diurno).



No princípio nada havia, cadeira, mesa ou sofá, cama, máquina de lavar ou grelha para churrasqueira. Aos poucos (ou seja, de ano em ano), a casa foi equipada. Tata arranjou sofás com a secretária do inglês. Ceará comprou uma máquina de lavar que não é nova, mas lava (anda um pouco também, mas lava). Ricardo arrumou um vídeo, Dan trouxe o telefone (ou foi gogó para cima da Jú?), o fogão e a tevê, o Nando trouxe o vídeo, a tevê, o computador, a sanduicheira, os bonecos de super heróis... mas levou tudo embora. E hoje, se não é um luxo morar aqui, pelo menos a gente se diverte!



Temos conflitos, lutas, histórias da Toca e histórias de baladas. Temos fantasmas também. E artes. Há quadros, há mais de mil origamis na sala, há banco feito de garrafas plásticas. Temos esportistas. Ceará é um jogador de rugbe que já foi chamado para seleção brasileira. Tatá é o goleiro do melhor pior time da UNICAMP. Temos integrantes famosos. O Nando é baixista do INIMA. Temos clubes. Peganinguemcomeninguem, Pegamesmacomeamesma. Temos um perito em qualquer tipo de corrida de carros, o Fifo. Temos o cara das baladas, Ricardo, mas agora ele está namorando e só anda nas nuvens. Temos um cozinheiro de primeira, o Dan, que consegue fritar um ovo e deixar a gema com a consistência que for pedida. Temos um engenheiro na casa, Sertão, o cara que estuda mais que o Diogoli. Temos vários animais. Já apareceu lagarto, gambá, gato, cachorro, aranha, formiga, barata, pássaro, cobra, tatu. Só piranha, galinha e cachorra não caem por aqui. Mas se alguma quiser cair...



Só não temos dinheiro...



[1] Dic. Aurélio.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

HISTÓRIAS DO PENSIONADO - ATO VIII

ATO VIII – ESTRANHOS

Estranhos. Acho que isso é o que melhor defini nossas ações dentro daquele pensionato. A começar que virávamos os quadros de ponta cabeça e a empregada ia todo dia arrumar (ou ia assistir televisão, se ninguém estivesse vendo).

Quanto a legião estrangeira, tinha outro francês, o Cristoff, o alemão Harold, o japonês Takeshi, um médico colombiano, o próprio dono do pensionato, italiano. Quem mais saia com o pessoal era o Harold, que até ganhou um convite vip numa balada, quando descobriram que ele era estrangeiro. E quando uma garota não quis ficar com ele, ele mandou um "vai tomar no cu" carregado de sotaque!! Acho que foi no mesmo dia que eles roubaram uma faixa do McDonalds... pessoal sem ter o que fazer!

Estranhos que brigavam por causa do telefone, por causa de horários que as namoradas ligavam. Estranhos que passaram trote no Paulo, que tinha passado na GV. Estranho como o Garga, que batia no Cueca para ele não desacostumar, ou do Ceará tirando o Salsicha. Estranhos que passavam pelo quintal e viam a empregada tomando banho.

Enfim, somos todos estranhos.

Este é o último ato deste primeiro volume de Histórias do Pensionato. Se alguém lembrar de mais alguma história interessante, me avisa, que eu publico...



HISTÓRIAS DO PENSIONATO - FIM DO VOLUME 1


HISTÓRIAS DO PENSIONADO - ATO VII

ATO VII – CAÇADA AO NANDO

O Nando ficou com uma fama incrível: conseguia expulsar todo mundo que dividia o quarto com ele. Não, ele não tinha uma montanha de roupas sujas como o Cueca. Ele também não gritava a noite nem fumava maconha. Não. Ele simplesmente... conseguia expulsar todo mundo do seu quarto!

A começar com o Sandao, que saiu do quarto depois do episódio do despertador no armário, teve um cabeludo que ficou menos de uma semana e mais uma porrada de gente. Até Jesus ele expulsou. Ops, deixa eu explicar isso direito...

No quarto do Nando só havia uma beliche, e, como era decorrer do ano, os novos moradores que chegavam ficavam apenas períodos curtos, como um mês, uma semana, etc. E como as vagas que abriam era sempre a vaga do quarto dele, calhou dele ficar com essa fama. Inclusive acabou levando isso para a república, mas isso fica para outra história...

Houve uma vez que fomos a uma festa e o Nando bebeu capeta. Disse que estava com o capeta, quando lembramos que ele ia dormir com Jesus, que era o nome do outro homem que estava dividindo o quarto naquela época. Mas no fim, Jesus também foi expulso...

Mas o fato mais marcante foi a caçada ao Nando. Porque isso aconteceu, não sei. Os caçadores foram o Ceará, o Carioca e o Dan, todos devidamente mascarados com camisetas ou coisas parecidas. Não a caçada em si que foi marcante, mas o fim dela.

Os três correram atrás do Nando e a perseguição terminou na sala. Carioca e Ceará seguraram o Nando, enquanto o Dan só dava risadas, e a cena, como que em câmera lenta, não me sai da cabeça, especialmente a fala do Ceará: “vou cair”!

Os três caíram, lentamente, sobre a mesinha de centro da sala, e ela dobrou facilmente como papel...

Tentaram arrumar, mas quando a empregada estava limpando a casa e colocou algumas revistas sobre a mesinha, a mesa voltou a dobrar facilmente... o Carioca disse que ia ficar atrás do sofá e, quando a empregada fizesse isso, ele sairia de trás e falaria “eu vi, eu vi, foi você”...

No fim, os três acabaram comprando outra mesa para o sanguessuga do dono do pensionato... que, inclusive, roubou o duende de jardim que o Cueca roubou de uma casa... quanto roubo...

Próximo e último ato: ESTRANHOS

HISTÓRIAS DO PENSIONADO - ATO VI

ATO VI – CADA UM NA SUA

O Dan, o mesmo que se pendurou na janela do banheiro para encher o saco do Márcio, é de uma tranqüilidade só. Então foi de estranhar que ele quisesse bater no Joinha do jeito que o pessoal conta.

A começar, quem era o Joinha? Era um morador novo, que até foi “iniciado” no pensionato (fizeram tchu-tchu nele, acho que foi a primeira e única vez que houve isso lá...). Talvez por tentar ser legal, ops, isso não pode ser porque já tem alguém com esse apelido... então, por tentar ser um cara jóia, uma vez estava na roda conversando com o Nando, o Dan e suas respectivas, e, aparentemente, ele disse algo nada a ver, que o Dan entendeu como sendo uma cantada para cima de sua namorada...

É claro que não lembro que foi isso mesmo, pois nem mesmo o Dan lembra o que o fez correr atrás do Joinha, mas o certo é que o coitado se trancou no quarto, que não tinha chave, e colocou o armário para impedir que Dan entrasse.

Ainda levaram o menino para Itatinga, o bairro famoso por suas garotas “fáceis”... pagando, claro. Alguém comentou com uma das prostitutas que o Joinha era virgem e ela queria entrar no carro para sentar no colo dele. Dizem que ele ficou segurando a porta, para que ela não abrisse... quem sai na chuva é para se molhar, não é?

Também falaram que aquela prostituta ficaria com ele de graça, porque havia gostado dele... conquistando corações!!

E o Noinha, o Noinha! Haja remédios que esse cara tomava! Não sei se ele era maníaco depressivo ou coisa parecida, mas bem que ele tentou se adaptar ao pessoal. Como ele havia chego depois, como o Joinha, foi um pouco difícil, ainda mais com pessoas como os que haviam lá, zombadores demais.

Aliás, cada figura que encontrávamos lá! Tinha um francês maconheiro que levou o Cueca para o mesmo caminho (acho que fumar orégano como ele fez, para assustar o Joinha, o levou para drogas mais pesadas...). Também havia o Jerry, sabe-se lá quantos anos estava na Unicamp, nem que destino tomou, mas era um cara muito sossegado. E havia o Chan, uma figura da Unicamp, e o Carlos, que tinha uns pesadelos e dava seus gritos... e pobre do Ricardo, que dividia o quarto com eles...

Próximo ato: CAÇADA AO NANDO

HISTÓRIAS DO PENSIONADO - ATO V

ATO V – PÉROLAS DO CUECA

Hoje não vou contar uma história, só vou contar umas coisas que o Cueca fazia e que faziam jus ao seu apelido.

A começar pela montanha de roupa suja que ele tinha no quarto. Entupia o armário com elas, e embaixo da cama também. Costumava chegar dos treinos de rugby e dormir daquele mesmo jeito, sem se importar em tomar banho ou trocar de roupa.

E quando ele precisava de uma meia! Ele ia no monte, cheirava as meias pretas e, quando achava uma, falava “este ainda serva”.

Teve ainda o dia que ele bebeu a água da pia do banheiro, porque estava com preguiça de descer até a cozinha (o quarto era no segundo piso).

Agora imaginem a cena: o Cueca, deitado, esticado no chão do quarto, de ressaca, e o pessoal do pensionato ao redor. De repente, ele levanta de sopetão, leva a mão até a boca e corre até o banheiro para vomitar. A seguir, outra cena: o Cueca, sentado no Box do banheiro, com a roupa toda molhada, o dono do pensionato e o Ceará molhando ele para ver se ele melhora... uma cena e tanto...

Por estas e outras que o Cueca é o Cueca...

Próximo ato: CADA UM NA SUA

HISTÓRIAS DO PENSIONADO - ATO IV

ATO IV – SANDAO SACRIFICADO

Lembram do cara que estourou a garrafa de água na parede porque não conseguia abrir a mesma? Histórias com esse cara é o que não faltam...

Em 2000 houve uma longa greve. Alguns tiveram paralisação todas das aulas, outros, parcial, e por isso o pensionato não vivia vazia. Mas é como dizem, mente vazia, oficina do diabo...

O pessoal estava coçando uma tarde na cozinha, assistindo coisas na tevê, quando o Gargamel, o Garga, (outro morador, esse resgatei da memória...) fez um comentário: que o Sandao havia pego as batatas fritas dele.

O armário de comida dos moradores era apenas uma prateleira de madeira, e ficava acordado que, ou o morador trazia uma caixa e colocava seu nome, ou pegava uma caixa de papelão qualquer e metia suas coisas lá dentro. Acontece que o Sandao deixou uma caixa cheia de comida e, durante a greve, o pessoal não tinha nada o que fazer, ficou de olho gordo naquela caixa.

O episódio parece que começou com uma caixa de bombons, um “será que abro, será que não”, e de repente a caixa estava estourada no chão.

E a greve acabou, bem como a caixa do Sandao também...

Mas nem sempre tiravam com a cara do rapaz de propósito, às vezes era sem querer também. Uma vez, o Nando, que dividia o quarto com ele, esqueceu o despertador ligado dentro do armário, e foi para a faculdade. O despertador começou a tocar justo quando o Sandao estava dormindo. Bom, ele poderia ter levantado e ter ido desligar, mas o armário estava trancado. Resultado: nós o encontramos dormindo no sofá vermelho da sala...

Mas claro que o ajudávamos às vezes. Uma vez ele acordou o Fifo, pedindo para levar ao hospital, porque havia deslocado o ombro. O Garga disse que escutou o Sandao bater na porta, mas ignorou, porque queria dormir. O Sandao subiu quatro lances de escada para acordar o Fifo, que tinha carro na época, para que ele o levasse ao hospital. Chegando lá, o médico não apenas colocou o ombro no lugar de modo rápido e eficiente como ainda deu uma bronca no rapaz, dizendo que era para ele procurar um fisioterapeuta para cuidar disso, já que não era a primeira vez que ele havia deslocado o ombro...

Próximo Ato: PÉROLAS DO CUECA

HISTÓRIAS DO PENSIONADO - ATO III

ATO III – O MOTIM CONTRA O MÁRCIO

Um dia, devido ao nariz empinado do Márcio, outro morador do pensionato, foi orquestrado um motim contra sua pessoa. Não foi questão de dias. Foi questão de minutos...

Quando ele chegou em sua lambreta e entrou na cozinha, já estavam posicionados o Ceará e o Cueca. Inicialmente era apenas um montinho, depois queriam prendê-lo com a mangueira do jardim, por fim só tiraram a calça dele...

Ele ficou irritado, algo do gênero “eu posso suar com os outros, vocês não podem suar comigo”, e foi tomar um banho. Claro que o pessoal não quis parar. Foram todos para a porta do banheiro e ficaram lá, batendo, dizendo que estavam arrependidos. Uma coisa é dizer isso, outra é ficar batendo na porta a todo momento para dizer isso...

Claro que ele não abriu, e o Dan, outro morador, do nada, teve a idéia de sair pela janela do quarto do Nando, apoiando-se no parapeito, tomando cuidado para não cair do segundo piso, e encher o saco do Márcio. E, nas palavras do próprio Dan, foi a “visão mais horrível” que ele teve...

O Dan gritou “peladinho” pela janela do banheiro e o Márcio, pelado, estourando uma espinha no espelho, quase que bate a janela e faz o pobre coitado cair... felizmente o episódio não teve um final trágico... se bem que, ver o Márcio pelado já teve ter sido trágico para o Dan... só deve perder para ele dar de cara com o Diogoli cagando, mas isso é outra história...

Próximo Ato: SANDAO SACRIFICADO

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

HISTÓRIAS DO PENSIONATO - ATO II

ATO II – O CONTROLE REMOTO DA DISCÓRDIA: CUECA X LEGAL

Este episódio é sobre outros dois moradores do pensionato, o Cueca e o Legal. O Cueca tinha esse apelido porque vivia sujo... ou porque só andava de cueca... ou porque não tinha roupas limpas, algo assim... e o Legal... porque ele era muito, mas muito, mas muito legal...

Quase todas as noites, exaustos de tanto estudar (?), os moradores reuniam-se na cozinha, onde havia uma televisão, e quem tivesse o controle remoto era senhor dos canais. Se o controle remoto estivesse dando sopa em algum canto era porque quem estivesse assistindo a televisão não se importava se mudassem de canal. A convivência foi boa, até certo período do ano...

Uma noite, enquanto todos queriam assistir a um determinado canal, o Legal queria assistir a outro. Nessa noite, o Legal não assistiu seu programa. Foi então que aconteceu o improvável: o controle remoto sumiu!

Procura dali, procura aqui, e nada. Até que descobrem o paradeiro do pobre coitado: o Legal havia escondido o controle, para poder assistir ao programa dele. Se ele tinha o controle, ele era o dono da televisão e dos canais. É claro que o pessoal não gostou, é claro que alguém fez um comentário indireto sobre este assunto, é claro que quem fez esse comentário foi o Cueca (senão por que razão ele estaria nesta história?).

O Legal ficou quieto na hora, mas quando o Cueca estava na sala de estudos junto com o Salsicha, outro morador do pensionato, ele foi tirar satisfação. Resultado: briga!!!

O Salsicha, que estava estudando, ficou preocupado e foi chamar o pessoal do deixa disso. Levaram o Cueca para a cozinha, deixando o Legal na sala de estudos. Mas quem disse que ele ficou lá. Foi até o quintal e chamou o Cueca para o acerto de contas, dizendo que não queria entrar na cozinha para não “sujar de sangue as paredes”. Como todo mundo o ignorou, ele pegou a bicicleta e foi dar uma volta...

Não lembro como passou a ser a relação deles depois daquilo, mas acho que até resolveram a desavença... dividiam inclusive o mesmo quarto, com o Salsicha e o Carioca...

Parecendo mais briga de casal, lembro da vez que o Legal estava cagando de porta aberta e o Cueca entrou para tomar banho... ao ver a cena deu meia volta. E o Legal foi logo falando que ele podia tomar banho tranqüilo, porque ele não se importava... muito legal e suspeito esse Legal...

Não percam o próximo ato: O MOTIM CONTRA O MÁRCIO

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

HISTÓRIAS DO PENSIONADO - ATO I

Ano: 2000

Cidade: Campinas. Distrito de Barão Geraldo, zona rural.
Como todas as outras cidades que abrigam grandes universidades, Barão Geraldo recebe todos os anos um número considerável de novos moradores, a maioria jovens, vindos dos mais diversos pontos do Brasil e do mundo.

Para abrigar este enorme contingente de estudantes, cidadãos honestos e trabalhadores, lutando contra a exploração destes ingênuos jovens, abrem seus imóveis, criando os PENSIONATOS!

Um lugar onde os estudantes têm tudo que necessitam para sua nova vida universitária, desde o local para estudar até o lugar para descansar!

SIM, os PENSIONATOS, locais em que os estudantes de outros cursos podem se conhecer e, acima de tudo, acreditar que o mundo não é feito somente de exploradores! E estas são suas histórias...

(Puxa, queria criar uma abertura tipo Spectroman, mas acho que não deu muito certo...
Mas esse início é para o pessoal do pensionato Itália, para lembrar de velhas histórias que aconteceram por lá... )
ATO I - O FECHADOR DE GARRAFAS PET DO SENAI
Entre os moradores do pensionato, havia quatro estudantes de Engenharia Elétrica: Nando, o Fifo, o Ceará e eu. E todos os alunos ingressantes nesse curso possuem uma disciplina, que é realizada no SENAI aos sábados, no período da manhã. Durante o primeiro semestre a disciplina é de mecânica, enquanto no segundo semestre, de elétrica.

Mas foi numa dessas aulas práticas que não sei quem criou o fechador de garrafas PET, via plástico injetado (ou algo do gênero...). Se servia apenas para fechar ou apenas para abrir, já não sei, pois não tive um desses exemplares. Quem obteve um foi o Ceará... justo o Ceará...

Era uma simples chave, com um furo no meio com dentes para girar a tampa de garrafas de refrigerante, água, etc. Entretanto, o bicho fechava que era uma beleza, ficava impossível de abrir usando somente as mãos!

E, claro, isso foi apresentado aos moradores do pensionato. E, claro, alguém (pensando agora fico entre o Carioca e o Ceará...) teve a brilhante idéia de testar em TODAS as garrafas que viam pela frente, fosse de quem fosse. E começou o episódio...

Um dos donos da garrafa de água chegou e não conseguiu abrir, e os responsáveis rindo na cozinha, como se não soubessem de nada. A solução inicial da vítima foi simples: furar a garrafa e pronto, acabou-se a graça. Mas sempre, sempre tem que haver algum mais esquentado...

Campinas tem um clima quente, abafado, e o pensionato ficava na subida de um morro (“CINCO MINUTOS A PÉ”???!!!???). Sandao, um dos moradores, chegou suando litros e foi direto para geladeira, para pegar sua garrafa de água geladinha... e quem disse que conseguiu abrir? Não conseguindo abrir, tratou de estourar a mesma na parede, saindo da cozinha sem beber nada... e a galera delirando...
Não percam o ATO II - O CONTROLE REMOTO DA DISCÓRDIA: CUECA X LEGAL



LIVROS - O TURNO DA NOITE VOL II

Hoje terminei de ler o livro O TURNO DA NOITE VOL II, de André Vianco. Trata-se de uma ficção de vampiros que se passa no Brasil atual, bem interessante, ainda mais contando que é um livro interligado com outros do autor, a começar com OS SETE, SÉTIMO, O SENHOR DA CHUVA e finalmente O TURNO DA NOITE VOL I.

Fazendo um resumão, em OS SETE é encontrada uma caixa de prata dentro de uma caravela portuguesa afundada no litoral do Brasil. Lá dentro, sete vampiros com poderes extras dado pelo diabo. Em SÉTIMO, um dos vampiros que estava dentro da caixa de prata e o mais terrível de todos, inicia sua jornada para conquistar primeiro o Brasil, depois o mundo, criando um exército de criaturas da noite. Em O TURNO DA NOITE, as crias abandonados ao mundo de Sétimo encontram um meio de sobreviverem, caçando bandidos e tomando o sangue destes ao invés de inocentes. Claro que nem tudo é o que parece...

Nesse livro aparecem alguns personagem de O SENHOR DA CHUVA, que acabam sendo peças fundamentais para a história. É como O TEMPO E O VENTO, do Érico Veríssimo: alguns tomos você pode ler separadamente, outros, é preciso ler o anterior para entender o atual.

Mas vamos aos fatos e à minha pergunta: você aceitaria fazer parte de um mundo das trevas, com poder e imortalidade em troca de outras vidas, ou preferiria viver uma vida simples, mortal?

Essa pergunta é tendenciosa. Pensemos por outro lado: e se você pudesse atingir a imortalidade, sem necessidade de matar outras pessoas, sem necessidade de explorar outras pessoas? Digamos, você é como todos os outros, simplesmente viverá para sempre. Aceitaria esta proposta?

Em termos, já vi livros falando da morte que não vem, e todos continuam vivendo... e envelhecendo, e lotando hospitais com problemas respiratórios, fraqueza... mas não morrem!

Às vezes eu penso em viver eternamente, mas a que preço? Veria meus amigos partirem. Poderia fazer outros. Mas não teríamos as mesmas histórias, seria tudo diferente. Por outro lado, poderia testemunhar milhares de maravilhas. E também milhares de atrocidades. Às vezes penso em minha avó, que faleceu recentemente. Ela nasceu antes da segunda década do século XX. Com certeza o lugar que moramos hoje é bem diferente do lugar que ela morava quando criança. E por quantas coisas ela viveu: saída da Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial, comunicação, tecnologia, melhorias na saúde, nos transportes, acordos de paz... tudo tem mesmo seu tempo, nada é para sempre.

Não estou fazendo uma digressão. Cheguei até aqui com a pergunta “você aceitaria em ser imortal” e chego a conclusão que não, não vale a pena ser imortal. Talvez seja como criar hamsters: você pega afinidade por ele, ensina coisas que ele vai se recordar, mas uma hora eles morrem. Você pode até criar outro, mas a personalidade do novo será completamente diferente do antigo. Cada um é único. Cada momento é único.

Vivam a eternidade de cada segundo.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

AVENIDA PAULISTA - NATAL

Natal: tempo de paz, amor, amizade, compras, shoppings lotados, trânsito infernal... ops, trânsito infernal em São Paulo é pleonasmo...

Mas o certo que este período do ano é um pouco diferente dos demais... ainda bem que ninguém perguntou se é por causa do fim do ano, ou das férias coletivas, ou do décimo terceiro no bolso...

Enfim, é um período em que podemos ver coisas diferentes em locais comuns. Afinal, quem iria ver marmanjos de roupa vermelha e barba falsa correndo pela rua desejando boas festas para estranhos, ainda mais em uma cidade como São Paulo, onde as pessoas são mais fechadas (fechadas é diferente de simpáticas, entendeu!).

Não é sempre que podemos andar pela Paulista e ver a fachada de colméia de abelha da FIESP enfeitada como uma árvore de Natal, muito menos chegar num cruzamento e ver, pendurado entre dois prédios, uma fila de bicicletas balançando ao ar livre (quando vi essa obra do Eduardo Srur lembrei na hora do filme do “ET” do Spilberg...).

Os enfeites de Natal que os prédios ao longo da mais paulista das avenidas (êh, clichê) são um espetáculo à parte durante a noite. Primeiro, tem o prédio do Bank Boston... ops, quer dizer, prédio do Itaú, que a iluminação noturna faz parecer um enfeite gigante. Tem seu Papai Noel com as renas, ursos, neve e até um quarteto natalino mecanizado que toca músicas de tempo em tempo. Pode-se ter uma boa visão do show, se tiver paciência para esperar (pois não adianta chegar faltando cinco minutos porque muitas outras pessoas chegaram faltando dez...). Mas se quiser bater pé e mudar de banco, mais à frente tem o Banco Real e sua escola de Papais Noéis, cheio de bonecos, enfeites, funcionários felizes (ok, isso eu não posso garantir). De dia de semana é mais sossegado, desde que não seja feriado... mas outros dias, é fila, meu irmão... não tão grande quanto a fila para ver a exposição de Corpos Humanos no Ibirapuera, mas fila é fila...

Se não quiser fila, tem a árvore com tema do Soldadinho de Chumbo bem no prédio ao lado, se não me engano, do Banespa. Os enfeites e tudo mais fica do lado de fora do prédio, como o do Itaú, mas a quantidade de pessoas tirando fotos e hora ou outra passando na frente da sua câmera é considerável... nada melhor que contar até dez, ser paciente, ser educado, afinal, tudo o que a época de Natal nos trás de melhor...

Se nada disso for de interesse, vamos aos comes e bebes e às compras! Lojas é o que não falta na avenida, nem bares, restaurantes e lanchonetes. Há de tudo para tudo quanto é bolso e bolsa, mas lembre-se: nesta época, paciência é essencial!

Não quer saber de nada disso? Quer algo mais cultural? Bom, uma visita ao MASP é recomendada. Ou simplesmente uma passada no quiosque de informações para turistas, instalada na frente do parque Trianon. Outra dica é a Casa das Rosas, fica na frente do Hospital Santa Catarina. Aliás, quer paz? Vá ao hospital! A Capela do Hospital Santa Catarina é de fácil acesso, é só cruzar o estacionamento. Não imaginam como é silencioso lá dentro, apesar da proximidade com a avenida. Mas se seu lance não for religioso, tente o Parque Trianon com suas particularidades ao longo de seus passeios.

Alguns sebos podem ser encontrados no final da Paulista (lembrem-se: começa no Paraíso, acaba na Consolação...). Em especial, esse do final da Paulista é interessante, por ser em uma galeria, perto do Espaço HSBC... totalmente diferente da galeria da estação Lapa de trem, cheia de camelôs em um espaço apertado... ^_^

Enfim, só mesmo explorando cada quarteirão dessa avenida para entender porque a chamam de “a mais paulista das avenidas”.

http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art95593,0.htm

http://www.sampa.art.br/historia/casadasrosas/

http://wikimapia.org/51550/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_Santa_Catarina

E aí, vamos rir?


Recebi este texto pelo OndeVamo, o email da galera da Unicamp velha de guerra...

Grande Mad Max, sempre não tem o que fazer e fica mandando isso (pensando bem, melhor os emails dele do que os do Loko...). Pelo menos tem algo de verdade nas linhas aí embaixo...

Por que rir faz tão bem à saúde física e mental?
Fonte: http://www.universitario.com.br/noticias/noticias_noticia.php?id_noticia=2728

Imagine uma forma ideal de se tratar ou de conseguir benefícios para a saúde. Esse tratamento poderia ser simples, de fácil aplicação, não depender de médicos, ser gostoso e divertido de utilizar. Ele poderia ser útil no tratamento de problemas sérios que afetam muitas pessoas na sociedade. Outro ponto fundamental, é que fosse muito barato ou gratuito, e assim acessível até aos mais pobres.

Por fim, para ser o máximo, ele poderia ter o mínimo de restrições. Ou seja, poder ser aplicado a quase todo mundo incluindo mulheres grávidas, idosos e crianças. Coisa do futuro remoto? Não, esse tratamento já existe, acreditem! É o riso: rir muito, se divertir, gargalhar bastante, se esbaldar!

Pois é, contar e escutar uma boa piada é um excelente instrumento para a saúde, como tem sido sugerido por estudos recentes. Por isso, como diz o velho ditado popular, rir é o melhor remédio. Em primeiro lugar foi demonstrado que rir é um excelente instrumento para neutralizar o estresse. Pessoas estressadas que são levadas para uma sessão de diversão, riem e se distraem, tem uma redução quase imediata do cortisol e da adrenalina no sangue. Com isso podem relaxar e evitar as conseqüências negativas do estresse continuado.

Os estudos mais consistentes têm sido os efeitos do riso sobre o efeito imunológico. Pessoas que tem o hábito de divertir-se com freqüência, possuem melhores parâmetros imunológicos que os mal-humorados. Seus linfócitos, por exemplo, são mais eficientes em destruir células cancerosas e agentes infecciosos que os dos últimos. Sabemos que a imunologia é importante no tratamento de câncer. Por isso dados epidemiológicos sugerem que portadores de câncer que mantêm o humor e costumam de divertir, enquanto em tratamento de quimioterapia, têm mais chances de se curar que aqueles que ficam deprimidos e não encontram espaço para o divertimento.

Outro aspecto onde o riso parece ajudar é na saúde cardiovascular. Rir pode contribuir para reduzir a pressão arterial e há indícios epidemiológicos que pode diminuir a incidência de infarto do miocárdio. Num estudo realizado por cardiologistas da universidade de Maryland, na cidade de Baltimore, comparou hábitos de vida de dois grupos de pessoas, um normal e o outro portador de doença isquêmica do coração (angina ou infarto). No segundo grupo foi encontrado uma diferença de 40% a menos de pessoas que relatavam gostar de rir e se divertir.

Humor e risos ainda exibem um impacto positivo na saúde mental. Pessoas que riem muito e têm hábito de se divertir sempre parecem tem menor incidência de ansiedade e depressão. Entretanto, nem todos pesquisadores concordam com esses dados. Muitos ainda são céticos e afirmam que a metodologia dos estudos não foi boa e que os resultados ainda precisam ser validados por pesquisas adicionais.

Estudiosos dos efeitos do riso na saúde identificaram que as pessoas normais costumam dar de dez a quinze risadas por dia, em diferentes momentos e por diversas razões diferentes. As pessoas podem rir porque encontraram uma pessoa querida, porque estão se divertindo com algum fato ou ainda porque estão ouvido música ou fazendo alguma coisa que gostam. às vezes as pessoas podem rir e nem notar que deram uma pequena risada, mas ela tem um efeito positivo sobre a saúde. Pessoas que não riem nunca ou dão menos de dez sorrisos por dia, começam a entrar numa faixa negativa à saúde.

Outro conselho que os especialista dão é manter o hábito de, ao menos uma vez por semana, fazer um programa de humor, como ver uma comédia, freqüentar uma roda de piadas ou se encontrar com amigos que dão boas risadas.

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E aí, vamos rir?