Entre Páginas

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

LIVROS - O TURNO DA NOITE VOL II

Hoje terminei de ler o livro O TURNO DA NOITE VOL II, de André Vianco. Trata-se de uma ficção de vampiros que se passa no Brasil atual, bem interessante, ainda mais contando que é um livro interligado com outros do autor, a começar com OS SETE, SÉTIMO, O SENHOR DA CHUVA e finalmente O TURNO DA NOITE VOL I.

Fazendo um resumão, em OS SETE é encontrada uma caixa de prata dentro de uma caravela portuguesa afundada no litoral do Brasil. Lá dentro, sete vampiros com poderes extras dado pelo diabo. Em SÉTIMO, um dos vampiros que estava dentro da caixa de prata e o mais terrível de todos, inicia sua jornada para conquistar primeiro o Brasil, depois o mundo, criando um exército de criaturas da noite. Em O TURNO DA NOITE, as crias abandonados ao mundo de Sétimo encontram um meio de sobreviverem, caçando bandidos e tomando o sangue destes ao invés de inocentes. Claro que nem tudo é o que parece...

Nesse livro aparecem alguns personagem de O SENHOR DA CHUVA, que acabam sendo peças fundamentais para a história. É como O TEMPO E O VENTO, do Érico Veríssimo: alguns tomos você pode ler separadamente, outros, é preciso ler o anterior para entender o atual.

Mas vamos aos fatos e à minha pergunta: você aceitaria fazer parte de um mundo das trevas, com poder e imortalidade em troca de outras vidas, ou preferiria viver uma vida simples, mortal?

Essa pergunta é tendenciosa. Pensemos por outro lado: e se você pudesse atingir a imortalidade, sem necessidade de matar outras pessoas, sem necessidade de explorar outras pessoas? Digamos, você é como todos os outros, simplesmente viverá para sempre. Aceitaria esta proposta?

Em termos, já vi livros falando da morte que não vem, e todos continuam vivendo... e envelhecendo, e lotando hospitais com problemas respiratórios, fraqueza... mas não morrem!

Às vezes eu penso em viver eternamente, mas a que preço? Veria meus amigos partirem. Poderia fazer outros. Mas não teríamos as mesmas histórias, seria tudo diferente. Por outro lado, poderia testemunhar milhares de maravilhas. E também milhares de atrocidades. Às vezes penso em minha avó, que faleceu recentemente. Ela nasceu antes da segunda década do século XX. Com certeza o lugar que moramos hoje é bem diferente do lugar que ela morava quando criança. E por quantas coisas ela viveu: saída da Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial, comunicação, tecnologia, melhorias na saúde, nos transportes, acordos de paz... tudo tem mesmo seu tempo, nada é para sempre.

Não estou fazendo uma digressão. Cheguei até aqui com a pergunta “você aceitaria em ser imortal” e chego a conclusão que não, não vale a pena ser imortal. Talvez seja como criar hamsters: você pega afinidade por ele, ensina coisas que ele vai se recordar, mas uma hora eles morrem. Você pode até criar outro, mas a personalidade do novo será completamente diferente do antigo. Cada um é único. Cada momento é único.

Vivam a eternidade de cada segundo.

Nenhum comentário: